Daimoku




O Daimoku (題目) é o termo utilizado para se referir ao Mantra Sagrado Nam-Myoho-Rengue-Kyo"(南無妙法蓮華経), mantra do budismo de Nitiren sem ter que pronunciá-lo. Ao pé da letra "Daimoku" significa "O Título" ou seja, o título do Sutra Lótus, que é Myouhourenguekyou, acrescido do prefixo de devoção incondicional "Namu".

Budismo é uma religião baseada no ensinamento de Buda Shakyamuni (Siddhartha Gautama), que nasceu na Índia há aproximadamente 2600 anos.

     O budismo é dividido em centenas de linhagens diferentes devido a vários sutras (ver sutra). Durante cinquenta anos de sua vida, Buda pregou seus ensinamentos para inúmeras pessoas. Seus ensinamentos foram realizados em vários períodos e em diferentes regiões, posteriormente sendo compilados em livros didáticos. Esses livros foram preservados e transmitidos para a nossa geração. Claramente, não há uniformidade nos conteúdos dos diversos sutras, cada Sutra se difere devido ao conteúdo de Buda ser aplicado conforme a situação, condição, sofrimentos ou capacidades. Entretando cada Sutra pregado por Buda, cada Palavra Dourada, é digna de ensino.

     Após o ocultar de Buda, o budismo teve propagação da Índia para a China, para o Sudeste da Ásia e no Japão. Durante este período de transição, os diversos pregadores budistas não puderam decidir qual Sutra foi o mais importante.

     Desde os tempos antigos, a escritura do Sutra do Lótus foi respeitada por várias pessoas além do regionalismo, e muitos pregadores têm pesquisado e que praticavam seus ensinamentos. Principalmente porque Buda deixou explícita a mensagem de que seria o Sutra Lótus o único Sutra a ser seguido, revela numa passagem do Sutra Lótus que: "Dentre os sutras, Este é o Rei soberano". Sem margem de possibilidade de adoção de qualquer outro tipo de ensinamento.

     Contudo, o único pregador que entendera a essência do Sutra Lótus, capaz de transmitir a essência, de forma esclarecida as massas a ensinar-lhes a verdadeira religião e como ela deveria ser praticada foi Nitiren Daibossatsu, o maior Mestre que desempenhou um papel ativo 750 anos atrás.
     Segundo os ensinamentos de Nitiren Daibossatsu, através da recitação deste mantra Namu myo hou rengue kyo nossa vida entra em ritmo com o universo e através dessa harmonia, desperta-se a natureza búdica, onde pode-se estabelecer uma forte identidade que não será abalada por nenhuma dificuldade.
No pensamento desta linha de budismo, existe a felicidade relativa, que é aquela obtida através da satisfação de um desejo ou da eliminação de um sofrimento (carma negativo), e a felicidade absoluta, aquela que surge da própria vida da pessoa, não causada pelas situações exteriores. O objetivo da recitação do Odaimoku é construir uma vida que não seja derrotada pelos obstáculos, e que tais obstáculos sejam uma oportunidade para o crescimento, ou seja, para o alcance da felicidade absoluta.
Odaimoku é recitado nas orações do Budismo Primordial HBS (Honmon Butsuryu-Shu), Soka Gakkai (創価学会), Nichiren ShoshuNichiren Shu, Reiyukai e outras linhas de budismo Nitiren.

Conceitos
A palavra Daimoku significa "título", e refere-se ao nam-myoho-rengue-kyo, como sendo o título do Sutra de Lótus. Nitiren revelou para a humanidade que ao recitar o título do Sutra de Lótus (Daimoku), está incorporado a recitação de todos os seus 28 capítulos.

O significado do Nam-myoho-rengue-kyo:

  • Nam - derivado do sâncrito Namas, significa "devotar a própria vida",
  • Myoho-rengue-kyo - título do Sutra de Lótus, em japonês, o principal ensino do Buda Sakyamuni;
  • Myo - significa místico, não no sentido de milagre, mas indicando que o mistério da vida é de inimaginável profundidade e, portanto, além da compreensão do homem;
  • Ho - significa lei. A natureza da vida é tão mística e profunda que transcende o âmbito do conhecimento humano.
       Uma lei familiar é encontrada no desenvolvimento do ser humano. Ele nasce, cresce, torna-se jovem e depois idoso e falece. Isso é, obviamente, uma inquebrável lei que regula cada espécie da vida. Ninguém pode nascer como adulto nem escapar desse ciclo. Em suma, Myoho significa Lei Mística, que é a realidade imutável e essencial de todos os fenômenos.

  • Rengue - significa flor de lótus, que simboliza a simultaneidade de causa e efeito, pois a flor e a semente germinam ao mesmo tempo. O budismo esclarece que todos os fenômenos do universo são regidos por essa lei. Portanto, a condição da vida presente é o efeito das causas acumuladas no passado e as ações do presente criam causas para o futuro.
  • Kyo - significa sutra ou ensino do Buda, que é eterno. Propaga-se pelas três existências da vida - passado, presente e futuro - transcendendo as condições mutáveis do mundo físico e do ciclo de nascimento e morte.
     Assim, sob o ponto de vista do significado literal, o Nam-myoho-rengue-kyo abrange todas as leis, toda a matéria e todas as formas de vida existentes no universo. Se o expandirmos ao espaço ilimitado, é o mesmo que a vida do universo, e se o condensarmos ao espaço ilimitado, é igual à vida individual dos seres humanos. No entanto, esta idéia é superficial, pois a mera tradução dos caracteres não expõe a profundidade da Lei Mística em sua totalidade.


Revolução humana

Revolução humana é um termo do Budismo de Nitiren Daishonin que se baseia na revolução interior de cada indivíduo, baseado nos ensinamentos de Nitiren Daishonin e através da recitação do mantra Nam-myoho-rengue-kyo.

Kossen rufu

     Kossen rufu significa criar uma sociedade de paz. Esse termo foi criado através da base filosófica de Nitiren Daibossatsu. Para se atingir essa etapa (Kossen Rufu) é necessário que cada ser humano faça sua própria revolução humana (outro termo que significa revolucionar o seu lado interior) para conseguir a felicidade absoluta, com base no Odaimoku (Namu-Myo-hou-Renge-Kyo) e nos estudos sobre o budismo de Nitiren Daibossatsu e com ações que visem uma sociedade melhor. O termo rufu, de Kossen-rufu, significa “fluir como um rio poderoso” ou “espalhar-se como um enorme tecido”. Isso significa difundir-se ou fluir por toda a humanidade. Kossen-rufu não é o ponto final de um processo, mas sim o próprio processo, o fluxo. Não existe um destino especial, uma conclusão do Kossen-rufu. Podemos falar de forma metafórica sobre o que é o Kossen-rufu, mas na verdade não existe uma forma definitiva.
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